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Belo Horizonte inaugura estações de  bicicletas elétricas no sistema de compartilhamento. 

No cenário da mobilidade sustentável, Belo Horizonte pode se destacar  como a pioneira a receber toda a tecnologia do Tembici LABS. Até o dia 22 de setembro, a capital mineira abraçará um projeto inovador que inclui dezenas de bicicletas elétricas compartilhadas e estações. No primeiro momento serão 110 bicis e 10 estações. Depois será ampliado para chegar a 500 bicicletas elétricas e 50 estações. Esse ecossistema completo promete impactar diretamente a rotina da cidade, proporcionando uma mobilidade mais eficiente e amiga do ambiente.

O sistema seguirá o modo de operação de outras capitais brasileiras: uma concessão das prefeituras à um empresa que atua no ramo, nesse caso a Tembici. Esse modelos de bicicleta no sistema bike-share pode impulsionar o uso das bikes em BH. Em São Paulo aumentou em 16% os deslocamentos de ciclistas na cidade e as e-bikes já representam quase 40% da frota de bikes desse sistema.

Bicicletas elétricas

Para o desenvolvimento da bicicleta elétrica, a iniciativa contou com consultorias especializadas em design thinking focadas em bicicletas, que realizaram uma série de experimentações, e rodadas de conversas com cicloativistas e usuários de outras regiões do país, para definirem o melhor modelo possível de um modal elétrico que é ideal para todos os desafios da mobilidade urbana.

Segunda a empresa nos testes, as bicicletas rodaram milhares de quilômetros, com usuários selecionados, até serem definidos os ajustes finais do modelo de bicicleta elétrica. Confira as principais características da bicicleta elétrica do Tembici LABS:

  • Pedal assistido com bateria com a capacidade de 100 km de autonomia;
  • Material da carenagem composto por plástico de origem renovável e desenvolvido dentro da lógica de economia circular;
  • Correia, em substituição de correntes, eliminando a utilização de óleo lubrificante;
  • Ausência de câmara de ar, o que evitará a interrupção de viagens por pneu furado e reduzirá significativamente a quantidade de resíduos gerada;
  • As rodas não terão mais raios, como as bicicletas de mercado, mas sim um raio rígido e reforçado, tornando o modal mais resistente a terrenos acidentados;
  • Laser lateral que sinaliza a distância que os veículos terão que manter em relação à bicicleta.

“A segurança de quem pedala foi um elemento fundamental em todas as etapas de criação, por conta de ser algo primário e definitivo para quem deseja pedalar. Ou seja, uma das premissas fundamentais para a nossa bicicleta e para o sistema, de forma geral”, declara Maurício Villar, Sócio-Fundador da Tembici.

Estações Fixas

As estações fixas combinam tecnologias para proporcionar segurança, organização e previsibilidade à operação, com maior modulação e possibilidades de implementação. Com a tecnologia Tembici LABS as estações:

  • Contam com sistema de travamento muito mais simples de utilização, tanto para retirada quanto para devolução;
  • Permitem a disponibilização de mais bikes, em espaços menores, quando comparadas com os principais sistemas ao redor do mundo;
  • Aumentam pelo menos 50% o aproveitamento do espaço público, ao permitirem que mais bicicletas estejam estacionadas em um menor espaço;
  • Podem ser eletrificadas, mas com menor consumo de energia.

Para ciclistas da capital mineira o sistema é bem vindo mas a cidade apresenta algumas limitações na gestão da mobilidade. “A chegada das bicicletas elétricas em BH é uma excelente notícia. Como qualquer cidade do mundo, BH tem bom potencial para o uso da magrela, mas pelo menos dois fatores limitam sua expansão, declara Cristiano Scarpelli, do Ciclo Rota BH.

O cicloativista pontua uma questão importante para o sucesso do modal eletrico na capital mineira: “Muitas regiões da cidade, de fato possuem elevada altimetria. Com isso, a chegada das bicicletas elétricas serão grandes aliadas para superar esse inconveniente topográfico, porém todas as evidências sobre a questão apontam que as pessoas só vão pedalar massivamente caso se sintam seguras. Para isso, ciclovia é essencial. Infelizmente, BH ainda tem pouquíssima infraestrutura cicloviária. A meta era de 400 km até 2020, mas mal chegamos nos 100km em 2023. Portanto, é urgente que BH expanda sua malha cicloviária” completa Scarpelli.

Ainda assim a medida é celebrada pois está associada a outras ações de mobilidade da cidade. “Belo Horizonte merece ser a pioneira no sistema de bikes elétricas compartilhadas. A paixão do mineiro pelas bikes e novas tecnologias, aliada ao relevo característico da capital mineira, fazem com que o teste seja perfeito pra esta novidade no mercado. Além disso vai chegar quase junto com a nova ciclovia mais esperada em Belo Horizonte: a da avenida Afonso Pena”, pontua Ike Yagelovic , Ciclonavegantes.

Os valores do passe serão os praticados em SP e Rio . Para viagens de até 15min há vários planos/modalidades;

Avulso por R$ 3.00 o min e mensal 24,00 (dá direito a duas viagens de até 30 min cada, por dia) Mais informações no site da Tembici

Sobre a Tembici – A empresa é líder em tecnologia para micromobilidade na América Latina, responsável por mais de 240 milhões de deslocamentos com bicicletas nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, Brasília, Curitiba e Porto Alegre, além de Santiago, no Chile, Buenos Aires, na Argentina, e Bogotá, na Colômbia. Reconhecida como uma das startups mais promissoras e inovadoras do país, ao longo dos últimos anos a empresa foi responsável pela economia potencial de 38 mil toneladas de CO2 que seriam lançadas na atmosfera. Em 2022, a empresa realizou o primeiro leilão de créditos de carbono por micromobilidade no mundo e se tornou a maior Empresa de bicicletas compartilhadas.

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Belo Horizonte vai adotar bicicletas eletricas no sistema compartilhado

Por Gil Sotero

Semana passada foi anunciado que a Tembici , das bikes do Itaú, captou R$ 420 milhões para acelerar o uso de e-bikes no sistema compartilhado.

A startup de mobilidade que opera as conhecidas bicicletas do do banco itaú, captou 420 milhões de reais (80 milhões de dólares). A Crescera Capital , Pipo e Endeavor Catalys, que se juntam aos fundos IFC, Valor, Red Point e Igah como investidores.

Os recursos serão utilizados para ampliar o número de bicicletas elétricas em operação. Essa será a grande aposta da startup para o futuro. “A e-bike é muito aguardada pelos usuários porque expande a possibilidade de uso diário uma vez que facilita deslocamentos mais longos e com diferentes relevos”, afirma Tomás Martins, CEO e cofundador da companhia, em entrevista a a revista Exame.

Belo Horizonte

Em 2014 fui um dos responsáveis pelo relátorio de defesa do uso das e-bikes nos sistema compartilhado. A época sabiamos que seria dificil a implementação aqui. Belo Horizonte exatamente pelo relevo, seria uma das regiões em que as e-bikes brilhariam na mobilidade. As bikes não vieram e pior… perdemos os dois sistema compartilhado que vigoraram na cidade. Mas o mundo é redondo e a bicicleta também… e dá voltas.

Ao que parece teremos e-bikes no sistema bike share em Belo Horizonte. As informações em off dão conta da instalação das primeiras estações ainda em Março de 2023, na região central. O projeto coincide com a criação da Ciclovia da Afonso Pena. Afinal quem não sonha em pedalar e subir toda Afonso Pena até a Praça do Papa? Esse sonho será possível a todos os níveis de ciclistas.

O projeto segue em sigilo mas ao que parece utilizarão a localização das antigas estações. Agora é aguardar para mais uma tentativa de alavancar a ciclomobilidade na capital mineira.

Tembici/Divulgação)

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Uma lição de vida: 56 anos pedalando em BH.

Em um dia de outubro de 2014 eu avistei este senhor pedalando uma Monark Barra Forte antiga. Como não deu para me aproximar e saber mais sobre ele postei na rede social para ver se alguém ajudava. Tempos depois veio uma pista.

Isaias

Finalmente hoje encontrei Seu Isaías como é conhecido José Isaías Pereira que aos 76 anos de vida pedala em BH há pelos menos 56 anos. “Eu ando de bicicleta desde os 6 anos de idade. Sou de Ponte Nova e quando vim para BH trouxe a minha Phillipes aro 26 toda preta. Quando cheguei com ela em BH em 1957 acabei vendendo-a e fiquei dois anos sem bicicleta. Mas foram somente esses dois anos! Eu já acabei com 6 bicicletas no pé. Usei-as até se acabarem totalmente” me disse.

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Seu Isaias pedala há mais de 50 anos em BH. Foto Gil Sotero

Mas cadê a Monark? perguntei. Ele sorriu e me respondeu: “Eu pedalo cerca 16 km por dia. Venho do Bairro Concórdia à Savassi e ainda ando por aqui para resolver coisas. Há pouco mais de um mês vendi outra bicicleta antiga e consegui comprar essa elétrica e estou adorando!. Aos 76 anos a gente fica mais cansado né?”. Isaias também contou como a bicicleta tem ajudado ele a ter forças para cuidar da esposa. “Há três anos eu cuido da minha esposa que está de cama após um AVC. Não sei o que seria se não fosse a bicicleta. Com a bici vou a farmácia, vou ao médico resolvo tudo para cuidar dela. Graças a magrela economizo e o pouco que tenho é para cuidar da minha esposa com quem vivi coisas maravilhosas e hoje é um dia de cada vez”. Finalizou seu Isaías que trabalha como porteiro na região da Savassi.

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Seu Isaías mostrando como a E-bike funciona. Foto Gil Sotero

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Se eu tivesse descoberto a bicicleta elétrica antes teria comprado mais cedo! disse seu Isaías. Foto Gil Sotero