Conquistando a Cidade 

“Eu já pedalava antes e usava a bicicleta mas foi em 2013, quando me juntei à Massa Crítica e a outros grupos de pedal noturno, que fui pegando o ritmo e confiança de andar no meio da rua, perdendo os medos e conquistando a cidade.Ao meu ver a bicicleta é muito mais do que um modal de transporte autônomo, prático, limpo e silencioso. É uma nova articulação social, uma ferramente de cidadania e uma possibilidade de redescobrir lugares e pessoas. 

Com as duas rodas ganhei novos olhos, tudo aquilo que aprendi na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo: as articulações entre pessoas e o espaço que as cercam, as visadas da cidade e uma mobilidade racional, tudo isso ganhou um novo sentido muito mais lógico e prazeroso. Quando saímos da bolha de metal e vidro dos carros e nos posicionamos no meio da rua podemos sentir e viver o espaço urbano de uma forma mais direta e humana, os sentidos são bombardeados pelas imagens, cheiros e sons que nos cercam. As pessoas passam a se olhar nos olhos e a se cumprimentarem com um aceno de cabeça, e o sorriso que carrego no rosto é retribuído com uma frequência muito maior do que quando passamos correndo de janelas fechadas.

Pra mim bicicleta é isso: viver, sentir e gostar da cidade e seus cidadãos; como ciclistas somos mais sensíveis e atentos aos problemas das ruas, gentis e cordiais com o próximo, e os laços de afeto e amizade com aquilo que nos cerca cotidianamente tornam-se muito preciosos e enriquecedores”. Clarice Lacerda, arquiteta. 

   
     

  

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